Belém se prepara para receber o principal evento internacional sobre mudanças climáticas: a COP 30. O evento vai reunir diversos atores e colocar a Amazônia e o Brasil no centro do debate global. No coração da floresta, surgem iniciativas sustentáveis, tecnologias milenares e saberes ancestrais que oferecem soluções reais para a crise climática, vindas de quem mais entende de Amazônia: os povos tradicionais. Neste artigo, convidamos você a descobrir como as vivências indígenas na Amazônia se conectam com a COP 30 e o futuro do planeta.

Amazônia e mudanças climáticas: por que a COP30 acontece na floresta?
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (ou Conferência das Partes – COP), completa 30 anos em 2025. Nesta edição tão especial, o Brasil foi o país escolhido para sediar esse encontro que ajuda a discutir soluções para a crise climática e o aquecimento global.
Belém, no Pará, foi a capital escolhida para ser o ponto de encontro de líderes políticos, cientistas, organizações e outros membros da sociedade civil de mais de 190 países. Além de ser a primeira vez que a COP é realizada no país, a escolha da Amazônia tem um forte simbolismo: é a maior floresta tropical do planeta, essencial para o equilíbrio climático global e rica em exemplos de sustentabilidade na prática.
Entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, o mundo vai conhecer soluções sustentáveis do Brasil. Entre elas, o uso de energias renováveis, agroecologia e a contribuição ancestral dos povos da floresta para a preservação ambiental.
Confira o site da COP 30 Brasil e veja como participar.
Vozes que vêm da floresta: a COP 30 é indígena!

Falar sobre sustentabilidade na Amazônia é falar sobre as traditional communities. Seringueiros, indígenas, quilombolas, castanheiros e diversos outros povos ensinam como é possível gerar renda mantendo a floresta em pé. São saberes milenares e modos de vida ancorados na convivência harmônica e respeitosa com a natureza que tornam a Amazônia um lar de soluções concretas para um mundo mais justo e equilibrado.
Para garantir a participação ativa dos povos originários na COP 30, estão sendo realizados encontros preparatórios por todo o país, conhecidos como COParente — uma iniciativa do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai. Esses encontros têm promovido espaços de escuta, diálogo e articulação política para que os indígenas estejam representados e preparados para o evento.
Pela primeira vez em todas as edições da COP, o Brasil contará com um “Círculo dos Povos Indígenas” e com uma “Comissão Indígena Internacional”. Essas iniciativas visam garantir a participação direta dos indígenas e valorizar seus conhecimentos no debate climático.
Saberes que regeneram: o papel ancestral na pauta climática
A sustentabilidade caminha de mãos dadas com a ancestralidade. A participação ativa dos povos indígenas na COP 30 é uma grande conquista, mas o reconhecimento de suas contribuições para o equilíbrio climático global ainda enfrenta desafios. Terras indígenas na Amazônia, por exemplo, são responsáveis por levar chuva a diversas regiões do país e abastecer 80% do agro brasileiro. Em todo o Brasil, essas áreas também têm sido fundamentais para a proteção das florestas: nos últimos 35 anos, os povos originários preservaram mais de 20% da vegetação nativa nacional.
Apesar de todo esse esforço e de fazerem parte dos grupos que menos contribuem para a crise climática, os povos originários são um dos mais afetados pelos desastres ambientais – junto com outras comunidades tradicionais, a população negra, periférica, mulheres, crianças, camponeses e pequenos agricultores. Confira também este artigo sobre como as mudanças climáticas afetam comunidades e destinos.
COP 30 é só o começo: fortaleça quem protege a floresta
Atualizar suas referências sobre os povos originários e conhecer de perto seus modos de vida são formas de valorizar suas culturas e saberes. Além disso, você pode embarcar em uma das vivências da Braziliando e conhecer a realidade indígena amazônica através do povo Baré.
Turismo de base comunitária: uma experiência com propósito

A vivência presencial Baré Amazon é ideal para quem busca momentos de conexão com a floresta e uma troca cultural profunda com os povos indígenas. Protagonizada pelo povo Baré, a vivência inclui hospedagem em uma pousada familiar dentro da aldeia e uma programação rica em atividades na natureza e de valorização da cultura local. Entre elas, estão a caminhada interpretativa na mata, passeio de canoa pelo rio, oficina de artesanato, conversa com uma farinheira da comunidade, oficina de grafismo indígena e uma troca de saberes sobre o uso das plantas medicinais. A experiência pode ser vivida em qualquer época do ano, tanto de forma individual quanto em grupo.
Conexão Baré: leve a Amazônia para sua instituição

A Baré Connection é uma vivência online, imersiva e interativa que leva o conhecimento e a cultura do povo Baré para dentro de empresas e instituições de ensino. Com baixa pegada de carbono e alto potencial de impacto, essa experiência pode abordar temas como mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, bioeconomia e energias renováveis, sempre a partir da perspectiva dos povos indígenas. Além disso, é totalmente adaptável às necessidades e ao contexto de cada instituição, permitindo a participação de pessoas com deficiência motora ou mobilidade reduzida.
Que a COP30 seja uma aliada no fortalecimento dos povos indígenas e na defesa de seus direitos. E se você estiver no Pará durante o evento, aproveite para conhecer o estado vizinho, Amazonas, onde nossas vivências acontecem.
Apoiar os povos originários também é gerar renda justa, valorizar suas culturas e reconhecer, com escuta ativa, os saberes de quem cuida da floresta há milênios.
Acredita que outro futuro é possível? Conheça as nossas vivências indígenas na Amazônia e descubra como você também pode fazer parte dessa transformação.