Seca na Amazônia: consequências da estiagem e como apoiar os povos da floresta

A Amazônia vive um período histórico: uma seca severa vem diminuindo drasticamente o volume dos rios e afetando diversas vidas. Desta forma, comunidades ribeirinhas estão isoladas e até sem abastecimento, animais e as plantas da floresta vem sofrendo com a falta de água e moradores perderam suas fontes de renda.

Inclusive, na aldeia indígena parceira, o turismo foi uma das atividades suspensas por tempo indeterminado. Contudo, para continuar apoiando a comunidade, vamos realizar uma edição inédita da Conexão Baré – vivência online da Braziliando com o povo Baré da Amazônia.

Seca: uma realidade conhecida na Amazônia

A seca na Amazônia não é nenhuma novidade para a população. Todos os anos, entre julho e novembro, acontece o verão amazônico, um período onde há uma diminuição das chuvas e um aumento das temperaturas. Portanto, além de demandar que os moradores locais se adaptem às mudanças no cenário da floresta, a seca também exige um estado maior de atenção para alguns problemas, como as queimadas.

Para quem viaja pra Amazônia, o verão amazônico não costuma ser um impeditivo para experienciar a floresta. Inclusive, é no período de seca que as praias de água doce aparecem e viajantes podem aproveitar os dias ensolarados e com pouca chuva para se refrescarem nos rios. Para moradores, a seca também contribui para a fartura na mesa, com o aumento da oferta de peixes, por exemplo.

Seca histórica na Amazônia

Contudo, neste ano, esse cenário se intensificou drasticamente. A estiagem foi muito mais severa e, nas últimas semanas, os níveis dos rios vêm diminuindo cada vez mais e as temperaturas estão batendo recordes. O aquecimento global pode ser uma das principais causas somado com o fenômeno El Niño, o que você pode entender melhor neste artigo da WWF.

As consequências foram rios atingindo novos patamares de seca – o Rio Amazonas chegou a 90cm em alguns pontos – e alterando a rotina de diversas comunidades, deixando milhares de famílias vulneráveis. A fauna amazônica também vem sofrendo com a situação e mais de 150 botos já morreram em um período muito curto.

De uma forma geral, os amazônidas têm outro tipo de relação com o rio. Nos centros urbanos do sul e sudeste, por exemplo, é comum não vê-los pela cidade. Canalizados ou poluídos, os rios não fazem parte do cotidiano dos moradores. Mas na Amazônia isso é diferente, como bem lembra o poeta Thiago de Mello.

“A lei do rio não cessa nunca de impor-se sobre a vida dos homens. É o império da água. Água que corre, água que leva e lava, água que se despenca em cachoeira, água que roda no rebojo, água que vai e volta em repiquete, água parada no silêncio do igapó. Água funda, água rasa onde os barcos encalham. Água negra do Andirá e do Negro. Água barrenta do Solimões, do Madeira, do Purus. As águas claras e verdes do Tapajós, do Xingu. É o Amazonas e o seu ciclo das águas. [..] O regime das águas é um elemento constante no cál­culo da vida do homem.” Amazônia – Pátria das águas, de Thiago de Mello.

A vida na aldeia durante a seca

Na aldeia dos nossos parceiros Baré, a estiagem alterou a rotina dos comunitários. Na escola indígena, as aulas presenciais foram suspensas e substituídas por aulas online, por causa da dificuldade na travessia de professores da capital manauara e da oferta da merenda para estudantes.

A venda do artesanato também foi afetada pela vazante. Está faltando matéria-prima para produção de algumas biojoias e está bem mais difícil ir até Manaus vender as peças, o que também tem impactado a renda dos artesãos.

A travessia de barco ficou mais longa e cansativa. Percursos foram alterados e os recreios precisam procurar os canais com maiores volumes de água, gastando mais combustível. Por isso, a passagem ficou mais cara.

O turismo na aldeia também sofreu os impactos da seca. Seguindo a recomendação da comunidade, a Braziliando suspendeu as vivências presenciais. O povo Baré, assim como outros ribeirinhos, está evitando a ida pra cidade e tem buscado formas de lidar com os desafios desse período.

Conexão Baré – Seca Amazônica

Para continuar apoiando nossos parceiros, no dia 11/11 vamos realizar uma edição inédita da vivência online Conexão Baré. Pra quem ainda não conhece essa experiência pioneira e vencedora de prêmios do turismo responsável, através de uma videochamadas nos conectamos com indígenas da etnia Baré para viver uma imersão em sua cultura e vivenciar atividades que fazem parte do seu cotidiano, como o artesanato, a culinária, o projeto de conservação das tartarugas amazônicas e o grafismo.

A Conexão Baré Seca Amazônica além de permitir esse mergulho no modo de vida originário, também será uma forma de ouvirmos – dos povos locais – os desafios trazidos pela seca. Com a vivência, seguimos com nossa missão de apoiar a comunidade, gerando renda e valorizando a cultura tradicional. Portanto, a Conexão Baré pode ser um caminho para um novo olhar para os povos indígenas e pode ser uma corrente(za) de transformações positivas. Aqui você descobre o impacto da vivência online.

Vem com a gente! As inscrições vão até o dia 07/11 e você ainda pode contribuir doando qualquer valor!

Ideias de Presentes Criativos para o Dia das Mães

O Dia das Mães está chegando e, se você está buscando inspiração de presentes criativos para a sua, fique de olho nas ideias que vamos trazer por aqui! Que tal usar essa data tão importante para escolher presentes significativos e sustentáveis?

O Dia das Mães é uma data muito importante. Para muitas famílias, o segundo domingo de maio é um dia de confraternização, encontros e presentes. Estes últimos fazem parte do ritual de celebração dessa data e no ano passado, por exemplo, a semana que antecedeu o Dia das Mães movimentou mais de 5 bilhões de reais nos shoppings de todo o país.

Já que os presente fazem parte desse dia, que tal usá-los para gerar impacto e transformações positivas? Vem conferir algumas dicas de presentes criativos, diferentes e sustentáveis para tornar o Dia das Mães ainda mais especial!

Presente para todas as mães

A vivência online Conexão Baré (Re)Nascimento é uma ideia de presente para uma diversidade de mães!

✅Para as que têm interesse em conhecer novas culturas, mas têm medo de viajar de avião.
✅Mães que têm curiosidade em conhecer povos indígenas da Amazônia, mas não querem imergir na mata.
✅Para mães que possuem mobilidade reduzida ou algum tipo de deficiência que a dificulta ou impossibilita de realizar uma viagem presencial para a floresta.
✅ Mães que moram longe de seus filhos.

Na vivência você confere os cuidados na gestação, no parto e no início do maternar em uma aldeia amazônica. Através da participação da anciã e parteira da comunidade, você escuta os relatos de quem cultiva a experiência de dezenas de partos e a sabedoria de quem cuida, guia e aconselha as gestantes.

Com o pajé, você conhece os rituais e amuletos de proteção, a medicina da floresta e os saberes ancestrais ligados ao nascimento. Ele vai compartilhar um pouco do seu papel na trajetória das mães indígenas e os ritos relacionados aos bebês.

Então, se sua mãe é curiosa, tem interesse em aprender com diferentes culturas, quer conhecer novas pessoas e busca novas visões de mundo, a Conexão Baré (Re)Nascimento é um ótimo presente para ela! Na vivência online ela também vai conhecer mães indígenas e ouvir seus relatos sobre suas experiências de parto na aldeia e na cidade.

Presente para futuras mamães

Entre os dias 08 a 11/06, o Voo do Beija Flor and the Yoga Materna vão promover uma viagem para casais grávidos em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. A vivência “Tu Vens” pretende preparar os casais para receberem seus bebês, promover diálogos para fortalecer suas relações e iniciar a jornada parental.

Em uma pousada ecológica no meio da Mata Atlântica, um time muito especial vai promover conversas e propor reflexões para desconstruir crenças e conectar os casais:

  • Adriana Rennó, pedagoga e educadora parental; Joaquim Ferreira, constelador familiar;
  • Marina Morena, instrutora de yoga para gestantes, mães e bebês e doula, vão trazer seus aprendizados enquanto profissionais e genitores.

O casal vai participar de rodas de conversa, aula de yoga em dupla, oficinas de comunicação não violenta e de bases da educação respeitosa, preparação para o parto, amamentação e puerpério. A programação também vai contar com a vivência online Conexão Baré (Re)Nascimento, realizada de forma virtual e dias antes da viagem.

Presente para mães “zen”

The velas da Urucuna são elaboradas com óleo essencial de Breu Branco, resina sagrada da floresta que equilibra as emoções e traz organização de pensamentos. A manteiga de Tucumã também é um dos ingredientes da vela e vem de uma fruta típica amazônica, rica em propriedades anti-inflamatórias.

Dessa forma, se sua mãe gosta de boas energias e tem o hábito de acender velas para meditar ou para deixar a casa cheirosa, essas velinhas são uma ótima sugestão de presente. A vela tem o selo “Origens Brasil” pois é um produto que valoriza a floresta em pé e os povos que vivem dela. Uma jóia da Amazônia na sua casa!

A Urucuna é um negócio de bem-estar para casa que tem como objetivo agregar valor aos produtos da sociobiodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais, respeitando o modo de vida e o conhecimento tradicional.

Presente pra mãe que gosta de yoga

A DeRose Experience in the Amazon é uma uma imersão de 5 dias em uma comunidade ribeirinha na floresta amazônica com atividades de meditação, Mindfulness e técnicas respiratórias e corporais, promovidas pelo DeRose Method.

Sua mãe busca autoconhecimento, imersão em novas realidades e conexão com a natureza? Então ela poderá integrar um grupo de viajantes e se hospedar em uma comunidade ribeirinha.

Juntos vão provar os sabores locais, realizar atividades de aventura e culturais e ouvir as histórias de vida de quem nasceu e cresceu na floresta.

A vivência acontecerá de 01 a 05 de agosto de 2023, portanto, não demore para inscrevê-la!

Presente pra mãe viajante

Na vivência Baré Amazon sua mãe se hospedará em uma aldeia indígena, rodeada pela floresta e pelo rio. Em conexão com os moradores locais, indígenas da etnia Baré, quem embarca na vivência poderá aprender sobre os costumes, a culinária, o artesanato e o modo de vida local.

Portanto, sua mãe poderá realizar atividades de imersão, como canoagem, trilha na mata e oficina de artesanato, e partilhar momentos de aprendizado, em uma conversa com o pajé ou uma prosa na casa de farinha.

Se fazendo presente!

Nas experiências online e presenciais da Braziliando, você pode embarcar junto com sua mãe e viver um momento de conexão e partilha entre vocês.

Gostou das nossas dicas? Então já manda esse artigo para mais pessoas e vamos promover um Dia das Mães com presentes mais responsáveis e transformadores!

United Earth Amazonia Award, o Prêmio Nobel Verde!

A Braziliando conquista mais um importante prêmio de relevância mundial que reconhece nosso trabalho pautado na sustentabilidade. Somos um dos seis projetos vencedores do United Earth Amazonia Award! Baseado nos mesmos valores do Nobel da Paz, o prêmio alinha-se com a missão da família Nobel de unir as pessoas e nações da Terra na construção de nosso futuro coletivo e sustentável Vem conhecer o “Nobel Verde” e conferir como foi a cerimônia!

Foto com comunitários e sócia da Braziliando na entrada do Teatro Amazonas, na cerimônia da premiação.
Da esquerda para direita: Reinaldo, Gessiane, Nailza, Joarlison e Tereza (BRDO). Ao fundo, o Teatro Amazonas, em Manaus.

United Earth Amazonia: sobre o prêmio

Uma iniciativa das instituições United Earth e LCTM BrandBuilders, com o apoio institucional da prefeitura de Manaus e do governo do Estado do Amazonas, o prêmio (inédito) foi lançado em outubro de 2022, como parte das comemorações do aniversário da cidade de Manaus.

A United Earth é uma organização internacional que reconhece e promove a liderança ambiental e a excelência humanitária em todo o mundo. Presidida por Marcus Nobel, descendente de Alfred Nobel (o criador do prêmio Nobel), a United Earth concentra esforços, recursos e programas globais com o objetivo de unir as pessoas e nações da Terra para nosso futuro coletivo e sustentável.

O objetivo do United Earth Amazonia Award é promover, globalmente, o melhor da Amazônia e do Brasil nos segmentos da Arte e da Música e de iniciativas de ESG (responsabilidade ambiental, social e governança), com comprovada relevância e efetividade no suporte à sustentabilidade da floresta e de seus habitantes. Na arte e na música, os critérios de seleção são: a contribuição pública para a conscientização, poder de unificação e relevância da sustentabilidade socioambiental. Saiba mais here.

Foto: Site United Earth

Indicação, auditoria e seleção

Como acontece no Nobel da Paz, não há inscrição aberta para interessados. Portanto, as indicações são feitas por pessoas reconhecidamente comprometidas com a sustentabilidade da floresta e representativas dos vários setores sociais, desde órgãos públicos e academia, até líderes comunitários e influenciadores.

O comitê gestor do prêmio avaliou cada um dos projetos nomeados, em relação ao seu impacto atual e à relevância para a sustentabilidade da Amazônia, sob os aspectos ambientais, de responsabilidade social e de governança, usando os valores da United Earth de Ética e Paz.

A auditoria, realizada pela empresa Ambipar, durou cerca de um mês e foram analisados mais de 80 projetos, distribuídos por toda a Amazônia Legal. Com o objetivo de conhecer a iniciativa mais a fundo e como se dá o processo de gestão do mesmo, foram realizadas duas entrevistas com as sócias da Braziliando, em que elas compartilharam os impactos gerados e os benefícios para a sociedade e para o meio ambiente. Posteriormente, foram enviados diversos documentos comprobatórios para validação do nosso trabalho e impacto socioambiental.

Logo depois, tivemos que esperar a análise de todos os documentos e a deliberação do comitê. A resposta veio através do presidente da United Earth, Marcus Nobel, no vídeo de anúncio da vitória da Braziliando.

O símbolo do Nobel Verde

O troféu é uma obra de arte. E a designer internacional Silvana Borges (LCTM) e o artista plástico Darlan Rosa deram vida à escultura que tem a forma de esfera com seis faces. Cada uma delas representa os 6 pilares da United Earth Amazonia – fauna, flora, ar, água, recursos naturais e humanidade.

Na tarde da cerimônia houve o lançamento da pedra fundamental de uma escultura de 5 metros de diâmetro. A escultura será instalada no complexo turístico da Ponta Negra, em Manaus.

Cerimônia de premiação

No dia 27 de fevereiro, a cerimônia foi realizada no Teatro Amazonas, em Manaus. Juntamente com os 6 projetos vencedores de ESG, foram homenageados os artistas Roberto Carlos e Erasmo Carlos (in memoriam, representado por seu filho Leo Esteves) por suas canções que há mais de 50 anos promovem a proteção ambiental, o amor entre as pessoas e o respeito a todas as criaturas.

Junto à Tereza, sócia da Braziliando, participaram do evento algumas das várias pessoas que escrevem com a gente essa história, como alguns de nossos parceiros indígenas e ribeirinhos e nossa parceira da ONG IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas). O IPÊ também contou um pouco sobre a premiação neste artigo.

Posteriormente, ao receber o prêmio, Tê compartilhou como a Braziliando traz mais cor e luz à sua vida e agradeceu aos viajantes e volunturistas, equipe e parceiros, que nos dão a mão e ajudam nessa caminhada.

A ideia é tornar o prêmio uma referência para conscientizar a população a mudar hábitos e atitudes para contribuir com a preservação do planeta. Veja a cerimônia na íntegra abaixo.

Unid@s

The United Earth Amazonia Award reafirmou uma certeza que já compartilhávamos: junt@s podemos transformar realidades e promover um mundo mais sustentável e harmonioso.

Seguimos com a missão de promover ações de impacto positivo para comunidades, seus territórios e para a biodiversidade local, valorizando o que os torna únicos, gerando renda e oportunidades e sendo responsáveis em nossa atuação.

Por outro lado, também procuramos oferecer experiências autênticas e orientar quem nos procura. Acreditamos que, ao final de tudo isso, os dois lados se transformam e para além do período da vivência realizada, mas permanentemente.

Chegou até a Braziliando por esse artigo? Conheça nossas vivências!

Amazônia

AMAzônia: a floresta e as mulheres indígenas

A Amazônia sobrevive a diversos processos de esquecimento e destruição. A região enfrentou diversos apagamentos — linguístico, cultural e histórico — e seus habitantes sofreram violências físicas e simbólicas que reverberam até os dias atuais. Entretanto, alguns grupos locais, como as mulheres indígenas, resistem e lutam para mudar esse cenário. Neste Dia da Amazônia e Dia Internacional das Mulheres Indígenas, a Braziliando compartilha a importância desse lugar que nos acolheu e que agora acolhe nossos viajantes, na missão de gerar outras visões de mundo e transformações positivas.

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, tanto por sua extensão territorial quanto pela sua rica biodiversidade. Segundo dados do Arpa (Programa Áreas Protegidas da Amazônia), são mais de 600 tipos diferentes de habitat (terrestres e aquáticos) com cerca de 45 mil espécies de plantas e animais vertebrados. Toda essa riqueza ocupa aproximadamente 6,7 milhões de km², sendo que 60% desse total se encontra em território brasileiro. 

A importância da Amazônia é reconhecida internacionalmente e a floresta abrange cerca de 10% de toda a diversidade do planeta. Além disso, ela tem um papel fundamental para a estabilidade climática mundial, já que as intensas trocas de gases e vapor d’água que acontecem lá, fornecem serviços ambientais importantíssimos ao redor de todo o globo. É também na região que se encontra o maior rio do mundo em volume de água, o Rio Amazonas, e a maior bacia hidrográfica do planeta: a bacia amazônica. São 25 mil quilômetros de rios navegáveis!

Imagem de um rio com água escura sob um céu com muitas nuvens. No canto direito, um pedaço da floresta.
Fotógrafo: Vivek Gandhi

Algumas espécies de animais, como peixes de água doce, aves e primatas, são mais diversas na Amazônia do que em qualquer outro lugar no mundo. Quando falamos no bioma amazônico, estamos falando de 49% do território nacional (segundo o IBGE), por isso, devemos considerar que boa parte dessa biodiversidade ainda é pouco conhecida pelo ser humano.

Uma relação de troca

A floresta proporciona segurança alimentar e saúde para muitas famílias. As frutas amazônicas, por exemplo, além de auxiliarem na prevenção e cura de doenças, também oferecem nutrientes importantes. A castanha possui níveis de proteína semelhantes ao leite de vaca e a polpa de buriti possui uma das maiores quantidades de vitamina A entre todas as plantas do mundo. 

Imagem de uma mão tocando o tronco de uma árvore. Ao fundo, é possível ver as sombras de outras árvores e a luz do sol
Fotógrafa: Nathália Segato

Os povos originários fazem parte da floresta. Com um conhecimento ancestral, eles possuem um grande domínio sobre as peculiaridades do território e vêm, durante todo esse tempo, transformando positivamente a abundância e distribuição das árvores. São mais de 180 povos indígenas e outros grupos isolados vivendo neste lugar.

Mas a Amazônia também é a casa de seringueiros, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, agricultores familiares, piaçabeiros (extrativistas da fibra da palmeira da piaçava), peconheiros (extrativistas de açaí) e muitas outras populações tradicionais. 

Ver como esses grupos aliam seus conhecimentos a seus modos de vida e contribuem para a sustentabilidade na região é transformador. Na Baré Experience, você pode vivenciar o dia-a-dia amazônico, conhecer sobre os costumes locais, navegar pelo rio, se aventurar na mata e presenciar de perto toda a beleza e riqueza desse lugar. Atualmente, a experiência está suspensa devido à pandemia, mas você pode preencher o formulário de reserva em nosso site e receber em primeira mão as atualizações sobre a retomada das atividades presenciais quando acontecerem.


A preservação da Amazônia é importante para a biodiversidade brasileira, é uma questão de saúde pública, uma preocupação mundial, uma necessidade econômica e, principalmente, uma urgência para os povos e comunidades tradicionais.

Amazônia: substantivo feminino

Somos filhas das ribanceiras
Netas de velhas benzedeiras
Deusas da mata molhada
Temos no urucum a pele encarnada.
Lavando roupa no rio, lavadeiras
No corpo um gingado de carimbozeiras
Temos a força da onça pintada
Lutamos pela aldeia amada.

Trecho do Poema de Márcia Wayna Kambeba

Hoje, dia 5 de setembro, comemoramos também o Dia Internacional das Mulheres Indígenas. Das Icamiabas, as primeiras guerreiras brasileiras, até Cunhaporanga, a jovem indígena com mais de 2 milhões de seguidores no TikTok, as mulheres indígenas são exemplo de força, cuidado e sustentabilidade. 

Antigamente, as mulheres indígenas eram vistas como geradoras e guardiãs dos mitos e das lendas, hoje, discute-se e procuram evidenciar o papel delas na luta dos povos indígenas e na preservação da Amazônia. Com mais participação nas decisões coletivas e ocupando lugares de destaque e liderança, elas são resistência e referência para outras mulheres e para sociedade. Joenia Wapichana, a primeira mulher indígena eleita deputada federal; Kokoti Xikrin, a primeira mulher cacique do povo Xikrin; Madalena Caramuru, a primeira mulher alfabetizada no Brasil era indígena; são apenas alguns exemplos de mulheres indígenas potentes.

Imagem de duas moradoras da comunidade Baré na beira do rio, trabalhando em uma superfície de madeira com alguns utensílios.
Fotógrafa: Nathália Segato

As mulheres exercem um papel poderoso no conhecimento e no uso do patrimônio florestal não-madeireiro. Suas relações com a água, com os animais e com as plantas, demonstram um cuidado com a natureza e preocupação com sua conservação. Elas não são as “jardineiras do mundo”, mas as atividades que exercem são muito próximas do conceito de equilíbrio da relação natureza-sociedade.  

Que esta data seja lembrada e celebrada como a representação da luta para que estes corpos, territórios e espíritos não sejam mais violados e oprimidos.

Mulheres Indígenas Baré

Não poderíamos deixar de homenagear também  as mulheres indígenas de Nova Esperança, comunidade parceira da Braziliando. Além de exemplos de força e cuidado, elas nos inspiram e nos ensinam constantemente.

A todas as mulheres Baré nossa gratidão por esses anos de aprendizado e colaboração. A sabedoria, determinação e alegria de vocês são transformadoras e carregam o verdadeiro significado de ser Amazônia.

Imagem de três mulheres da comunidade Baré na varanda de uma casa. Na esquerda, uma mulher segurando um bebê, no centro uma criança e à direita, uma adolescente segurando o batente de madeira azul da entrada da casa.
Fotógrafa: Amanda Magalhães

Gostou de conhecer um pouco sobre as mulheres de Nova Esperança? Você pode conhecer mais mulheres inspiradoras e toda a comunidade indígena Baré através da nossa viagem online. Leia mais sobre a Baré Connection e saiba como participar do próximo embarque.

Conversa com o pajé

The Baré indigenous people in the quarantine

Dear friends and partners of Braziliando, we hope you and your loved ones are doing well. Many of you have been asking us about the situation of the indigenous community we work with in this quarantine and we're here to share with you some news! 

The Suspension of Braziliando's Trips

Since the beginning of this pandemic, we have been in contact with the members of the village and even before the announcement of the coronavirus containment measures in Brazil, we preferred to suspend our activities. At Braziliando, we aim to promote positive transformations through experiences that are authentic and responsible and we did not want to put anyone at risk of contamination, neither our travellers nor the indigenous community.

Although the Baré are a strong and courageous people 💪, it is no less true that certain diseases, such as Covid-19, can make indigenous people more vulnerable, especially when the nearest hospitals, those in Manaus, are distant and currently overloaded. So, it's been an while that we paused our sustainable tourism experiences in the Amazon, hoping to resume our immersions in the beloved Amazonian forest soon.

Amanda
Traveler Amanda in Nova Esperança community

The Challenges of the Community in the Quarantine

It was with relief to heard from José, the chief and community leader, that no one in the community was affected by the disease. Fortunately they are taking many precautions and seeking to respect the containment measures of Covid-19.

In the forest, where community life is essential, confinement is quite challenging. José shared that the life of the Baré people has changed in the quarantine : they, who used to live together, play together, work together, are finding it hard to keep this union with social isolation.

Although local residents are able to survive as they fish and hunt, many foodstuffs and supplies are lacking. Joarlison, José's son and vice-leader, told us that they no longer have access to some basic food and hygiene products, such as toothpaste, soap, rice, beans, and milk. 

In addition, the inhabitants fear for their health because the vaccination campaign organized by the state aid has been cancelled. They also said that doctors who used to come once a month are no longer visiting the community and distributing medicines.

However, one of the biggest challenges for the Baré people in this quarantine is probably the economic situation. Community-Based Tourism (CBT) and handicraft production, which had put in place a promise of sustainable activity in the Amazonian villages, have ceased and families are not having the means to supplement their income.

The community entrance, in the Puranga-Conquista Sustainable Development Reserve.

Let's Co-create the Future Together ?!

Braziliando has been looking for ways to reinvent itself in this period of crisis and to continue supporting the community, especially through income generation and cultural appreciation. We remain in constant contact with community members and potential partners, seeking new solutions, and our minds are pulsating with new ideas.

We support an inclusive crisis management and we would like to invite you to be part of the co-construction of this future, full of possibilities! Let's build a new present together? Share with us your ideas and suggestions to keep Braziliando and Nova Esperança flourishing! 🌸🌺 And collaborating we will come out stronger from this chaos!

We hope that these long moments of reflection that are being offered to us due to social isolation will be an opportunity to form more conscious travelers. This way, when this crisis finally ends and we can travel safely again, we will be able to promote these transformative immersions and sustainable tourism will once again be a path for building a more just and united world.

We are excited to receive your ideas and suggestions to help Braziliando and our partners in the indigenous community of Nova Esperança! You can leave them here in the comments or send us by email (discover@braziliando.com) or through our Instagram or Facebook.

Take care of yourself! 💚

Kind regards, Braziliando.