A Amazônia vive um período histórico: uma seca severa vem diminuindo drasticamente o volume dos rios e afetando diversas vidas. Desta forma, comunidades ribeirinhas estão isoladas e até sem abastecimento, animais e as plantas da floresta vem sofrendo com a falta de água e moradores perderam suas fontes de renda.
Inclusive, na aldeia indígena parceira, o turismo foi uma das atividades suspensas por tempo indeterminado. Contudo, para continuar apoiando a comunidade, vamos realizar uma edição inédita da Conexão Baré – vivência online da Braziliando com o povo Baré da Amazônia.
Seca: uma realidade conhecida na Amazônia
A seca na Amazônia não é nenhuma novidade para a população. Todos os anos, entre julho e novembro, acontece o verão amazônico, um período onde há uma diminuição das chuvas e um aumento das temperaturas. Portanto, além de demandar que os moradores locais se adaptem às mudanças no cenário da floresta, a seca também exige um estado maior de atenção para alguns problemas, como as queimadas.
Para quem viaja pra Amazônia, o verão amazônico não costuma ser um impeditivo para experienciar a floresta. Inclusive, é no período de seca que as praias de água doce aparecem e viajantes podem aproveitar os dias ensolarados e com pouca chuva para se refrescarem nos rios. Para moradores, a seca também contribui para a fartura na mesa, com o aumento da oferta de peixes, por exemplo.
Seca histórica na Amazônia
Contudo, neste ano, esse cenário se intensificou drasticamente. A estiagem foi muito mais severa e, nas últimas semanas, os níveis dos rios vêm diminuindo cada vez mais e as temperaturas estão batendo recordes. O aquecimento global pode ser uma das principais causas somado com o fenômeno El Niño, o que você pode entender melhor neste artigo da WWF.
As consequências foram rios atingindo novos patamares de seca – o Rio Amazonas chegou a 90cm em alguns pontos – e alterando a rotina de diversas comunidades, deixando milhares de famílias vulneráveis. A fauna amazônica também vem sofrendo com a situação e mais de 150 botos já morreram em um período muito curto.
De uma forma geral, os amazônidas têm outro tipo de relação com o rio. Nos centros urbanos do sul e sudeste, por exemplo, é comum não vê-los pela cidade. Canalizados ou poluídos, os rios não fazem parte do cotidiano dos moradores. Mas na Amazônia isso é diferente, como bem lembra o poeta Thiago de Mello.
“A lei do rio não cessa nunca de impor-se sobre a vida dos homens. É o império da água. Água que corre, água que leva e lava, água que se despenca em cachoeira, água que roda no rebojo, água que vai e volta em repiquete, água parada no silêncio do igapó. Água funda, água rasa onde os barcos encalham. Água negra do Andirá e do Negro. Água barrenta do Solimões, do Madeira, do Purus. As águas claras e verdes do Tapajós, do Xingu. É o Amazonas e o seu ciclo das águas. [..] O regime das águas é um elemento constante no cálculo da vida do homem.” Amazônia – Pátria das águas, de Thiago de Mello.
A vida na aldeia durante a seca
Na aldeia dos nossos parceiros Baré, a estiagem alterou a rotina dos comunitários. Na escola indígena, as aulas presenciais foram suspensas e substituídas por aulas online, por causa da dificuldade na travessia de professores da capital manauara e da oferta da merenda para estudantes.
A venda do artesanato também foi afetada pela vazante. Está faltando matéria-prima para produção de algumas biojoias e está bem mais difícil ir até Manaus vender as peças, o que também tem impactado a renda dos artesãos.
A travessia de barco ficou mais longa e cansativa. Percursos foram alterados e os recreios precisam procurar os canais com maiores volumes de água, gastando mais combustível. Por isso, a passagem ficou mais cara.
O turismo na aldeia também sofreu os impactos da seca. Seguindo a recomendação da comunidade, a Braziliando suspendeu as vivências presenciais. O povo Baré, assim como outros ribeirinhos, está evitando a ida pra cidade e tem buscado formas de lidar com os desafios desse período.
Conexão Baré – Seca Amazônica
Para continuar apoiando nossos parceiros, no dia 11/11 vamos realizar uma edição inédita da vivência online Conexão Baré. Pra quem ainda não conhece essa experiência pioneira e vencedora de prêmios do turismo responsável, através de uma videochamadas nos conectamos com indígenas da etnia Baré para viver uma imersão em sua cultura e vivenciar atividades que fazem parte do seu cotidiano, como o artesanato, a culinária, o projeto de conservação das tartarugas amazônicas e o grafismo.
A Conexão Baré Seca Amazônica além de permitir esse mergulho no modo de vida originário, também será uma forma de ouvirmos – dos povos locais – os desafios trazidos pela seca. Com a vivência, seguimos com nossa missão de apoiar a comunidade, gerando renda e valorizando a cultura tradicional. Portanto, a Conexão Baré pode ser um caminho para um novo olhar para os povos indígenas e pode ser uma corrente(za) de transformações positivas. Aqui você descobre o impacto da vivência online.
Vem com a gente! As inscrições vão até o dia 07/11 e você ainda pode contribuir doando qualquer valor!