A floresta ensina, transforma e ressignifica. Quem passa pela Amazônia entende que a floresta não é apenas um cenário – ela é viva, pulsante e cheia de saberes ancestrais. Um dos (muitos) ensinamentos que nasce dessa relação profunda com a natureza é a florestania, que defende os direitos da natureza e de quem vive em harmonia com ela. Mas, afinal, o que significa florestania e como esse conceito pode transformar nossa visão de mundo e nos inspirar a buscar uma outra forma de viver? Vem descobrir com a gente!

Florestania: valorizando os direitos da floresta e de suas comunidades
O termo Florestania nasceu no Acre, na metade dos anos 1990, como uma forma de “adaptar” o conceito de cidadania para uma população recém-urbanizada, que ainda mantinha uma conexão (afetiva e cultural) muito forte com a vida na floresta.
Contudo, não se trata apenas de uma “cidadania na floresta”, já que muitos princípios da vida urbana não se aplicam a esse território sagrado. A florestania defende e prioriza os direitos da natureza e das populações que a protegem. São ideias e propostas que retiram o ser humano do centro e dão espaço para outras formas de vida.
Pode até parecer algo novo, mas a florestania fala de uma relação tão antiga quanto os primeiros povos originários. É sobre entender que a floresta é viva e, como diz Ailton Krenak, tudo nela tem pessoalidade. O rio, as árvores, o vento e a terra são entidades e tem muito a nos ensinar. Reconhecer isso é respeitar não apenas a mata, mas todas as formas de vida que ela abriga.
Porém, como bem lembra o jornalista e escritor Toinho Alves, ela não é um conceito universal, mas um universo de possibilidades. É um incentivo para que os povos do cerrado criem uma cerradania, que as comunidades quilombolas desenhem uma quilombania e assim por diante.
Princípios – da Florestania e da Braziliando

Valorização da floresta em pé
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a floresta é viva. Debaixo das copas de suas imensas árvores, há uma rica biodiversidade, mas também tecnologia ancestral, produção sustentável, arte e bioeconomia. Por isso é tão importante conhecer a floresta! Não é necessário degradar a Amazônia e, muito menos, atacar as populações que ali vivem em nome do “desenvolvimento”. A floresta em pé traz benefícios (e não apenas econômicos) pra quem a protege, pra quem a visita e para todo o planeta.
Reconhecimento cultural
Quantas Amazônias tem dentro da Amazônia? Além de percorrer diferentes estados e países, a floresta abriga uma diversidade de culturas e modos de vida – indígenas, ribeirinhos, extrativistas, quilombolas. A proteção da biodiversidade amazônica está intimamente ligada com sua sociodiversidade, por isso, é importante valorizar as culturas tradicionais e proteger seus legados.
Sustentabilidade
Floresta em pé não é sinônimo de isolamento. Na Amazônia, iniciativas como a bioeconomia e o turismo de base comunitária mostram que é possível utilizar os recursos naturais sem devastação. Acreditamos que promover imersões autênticas, como a Amazônia Baré e a Conexão Baré, contribui para a quebra desses estereótipos. As vivências também são meios de promover a valorização da cultura, o protagonismo dos povos da floresta e a geração de oportunidades e renda.

Um novo olhar para a floresta (e para a vida!)
Na Amazônia, mais do que um banho, a floresta nos convida a um mergulho. Cada planta, som, vida que habita a Amazônia é inspiração e expiração, escuta e voz, ensinamento e aprendizado.
Podemos(e devemos!) levar as ideias da florestania para a vida fora da floresta. Em tempos de mudanças climáticas e tragédias ambientais, o que será que os rios das nossas cidades, as chuvas e as queimadas têm a nos dizer? Do que adianta nossa cidadania se estamos concretando os nossos córregos, destruindo nossos biomas, perseguindo comunidades tradicionais e sufocando a biodiversidade?
A florestania nos lembra que somos parte da natureza e não seus donos.
Florestania na prática: venha viver essa experiência com a Braziliando!
Buscar uma vida mais simples, entender que somos parte da natureza e vice-versa, respeitar a ancestralidade de seus guardiões são alguns dos dizeres da florestania.
E se, em vez de apenas ler sobre a florestania, você a vivenciasse na Amazônia? Embarque com a Braziliando e mergulhe na riqueza cultural e natural da floresta. Conheça a aldeia onde vivem nossos parceiros indígenas Baré e viva atividades que fazem parte do seu cotidiano, como canoagem, caminhada na mata e banho de rio. Em qualquer época do ano na vivência Amazônia Baré ou no feriadão em abril (Sexta-feira Santa e Dia de Tiradentes) para curtir a Semana Baré e celebrar o Dia dos Povos Indígenas.